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“O Espírito Santo é o restaurador da esperança”, afirma Katia Roldi
- 08/11/2025
Manhã deste sábado, 8, contou com pregações de Katia Roldi, que frisou importância da unidade, e Reinaldo Bezerra, que recordou origem e trajetória da RCC
Gabriel Fontana
Da Redação
Katia Roldi durante sua pregação / Foto: Reprodução TV Canção Nova
Entre os dias 7 e 9 de novembro, o Charis Brasil promove sua 3ª Conferência Nacional na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). Com o tema “Espírito Santo, nossa esperança”, o evento teve suas primeiras pregações na manhã deste sábado, 8.
A coordenadora nacional do Charis Brasil, Katia Roldi, pregou sobre “unidade e graça: um caminho de esperança pelo Espírito Santo”. O primeiro ponto que ela abordou foi a origem da unidade, indicando que o Espírito de Deus é o restaurador da comunhão.
Neste contexto, recordou o desejo do Papa Francisco ao fundar o Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica (Charis) em 2019: que as expressões carismáticas estejam unidas para que, na potência do Batismo no Espírito Santo, possam arrebanhar, por meio do testemunho de unidade, milhares de almas para o Senhor.
“A missão do Charis é ser instrumento de unidade na Igreja e no mundo, não por estratégias humanas, mas pela graça e somente pela graça do Espírito Santo que habita em nós”, enfatizou Katia. A unidade não é uniforme, observou, mas repleta de uma diversidade que compõe como que uma sinfonia de carismas.
A coordenadora do Charis Brasil apontou também que a unidade não é algo que se conquista, mas graça derramada por Deus. “A unidade não é algo que construímos com nossas mãos, mas que recebemos quando estamos ajoelhados diante de Jesus”, expressou, sinalizando ainda que a unidade nasce da humildade, da oração e da escuta.
“A unidade não se prega, se vive”
Katia sinalizou ainda que o Espírito Santo é o caminho da esperança. Diante de tantos problemas que assolam o mundo, como as guerras, a violência e a pobreza, ela reconheceu que muitos podem perder a fé e o ânimo. “O Espírito Santo é o restaurador da esperança”, afirmou, “e se Ele habita em você, a esperança vai estar sempre acesa em seu coração”.
Em seguida, a pregadora salientou que a unidade é um testemunho para o mundo. “A humanidade está sedenta de comunhão”, pontuou. Recordando aqueles que foram afastados dos grupos de orações e outras realidades por conta de divisões e contendas, ela frisou que “a unidade não se prega, mas se vive: é um testemunho silencioso, mas é um testemunho forte e eloquente”.
Nem sempre é fácil, porém, viver a unidade. A coordenadora do Charis Brasil apontou que esta dimensão faz parte do chamado de Deus e exortou os presentes a se deixarem conduzir pelo Senhor. “Muitas vezes queremos encaixar o Espírito em nossos moldes, mas a esperança é deixar-se conduzir por Deus”, orientou.
Neste sentido, Katia salientou a importância de clamar pela presença do Espírito Santo todos os dias, pedindo a Deus que conduza tudo aquilo que será vivido durante o dia. Além disso, citou o exemplo da Virgem Maria, modelo de esperança, para que também cada filho seja capaz de se confiar inteiramente ao Pai.
As origens da RCC
Reinaldo Bezerra partilhou sobre trajetória da RCC / Foto: Reprodução TV Canção Nova
A segunda pregação do dia foi realizada por Reinaldo Bezerra, da Renovação Carismática Católica (RCC). Com o tema “Da semente à colheita: uma história de esperança da RCC no Brasil”, ele partilhou sobre a trajetória – e os frutos – do movimento carismático no país.
Ele recordou uma mensagem do então Papa João Paulo II à RCC da Itália, em 1998, na qual pediu às lideranças do movimento que buscassem preservar a identidade católica dos carismáticos. Justificando esse pedido, Reinaldo explicou que alguns movimentos carismáticos do passado acabaram distanciando seus seguidores do culto ao Espírito Santo.
Entre alguns nomes que contribuíram para uma melhor compreensão dessa devoção, o pregador citou Santa Elena Guerra, que viveu no século XIX e dedicou a vida à causa do Espírito Santo. A religiosa estabeleceu um diálogo com a hierarquia da Igreja, mantendo contato com quatro Papas diferentes ao longo da sua história.
Um deles foi o Papa Leão XIII, que escreveu três documentos sobre o Espírito Santo. Entre eles está a Carta Encíclica Divinum illud munus, publicada em 1897. O Pontífice também consagrou o século XX ao Espírito de Deus e, segundo Reinaldo, isso fez toda a diferença. “O século XX começa um florescimento de iniciativas reconhecidas como sendo passagens do Espírito Santo pela vida da Igreja”, afirmou.
Um novo Pentecostes
Na sequência, recordou as contribuições do Papa Pio XII, que também escreveu sobre o Espírito Santo, e de São João XXIII, que beatificou Elena Guerra e convocou o Concílio Vaticano II, insistindo em algo que a religiosa já havia abordado: a necessidade de um novo Pentecostes na Igreja.
Diante disso, Reinaldo citou uma profecia proferida por São João XXIII durante um pronunciamento aos bispos, no qual proclamou: “quando o Vaticano II estiver terminado e seus decretos executados, então ocorrerá aquele novo e verdadeiro Pentecostes, que é o objeto das nossas aspirações e que fará florescer na Sua Igreja as Suas riquezas interiores”.
Quando beatificou João XXIII em 2000, o então Papa João Paulo II declarou que o Concílio Vaticano II foi uma “intuição profética […] que inaugurou, no meio de não poucas dificuldades, uma nova era de esperança para os cristãos e a humanidade”. O Papa Francisco, por sua vez, reconheceu e enfatizou a docilidade do “Papa Bom” ao Espírito Santo quando o canonizou em 2014.
A RCC no Brasil
Após o Concílio Vaticano II, algumas manifestações do Espírito Santo começaram a acontecer, dentre as quais o fim de semana em Duquesne (Estados Unidos), em 1967, que depois deu origem à RCC. Posteriormente, este movimento chegou ao Brasil por meio do padre Haroldo Rahm e do então seminarista Eduardo Dougherty, iniciando a se espalhar pelo país em 1969.
Relembrando algumas resistências sofridas pela RCC, Reinaldo salientou a identidade católica do movimento. Ao passo que alguns os acusavam de querer fundar uma nova igreja, aqueles que foram os pioneiros desta experiência de oração com o Espírito se mantiveram fiéis à Igreja Católica.
O pregador recordou também o fundador da Comunidade Canção Nova e um dos principais nomes da RCC no Brasil, Padre Jonas Abib. Ele contou que, durante uma reunião para definir se deveriam prosseguir com a organização de um encontro que contava com poucas inscrições, um jovem proferiu uma profecia na qual o Senhor dizia que deveriam seguir em frente, pois dela faria brotar um sacerdote que abalaria a renovação da Igreja no país: o Padre Jonas Abib.
Os frutos da RCC
Por fim, Reinaldo voltou a citar São João Paulo II. Em um discurso realizado na Praça de São Pedro em 30 de maio de 1998, o Pontífice afirmou: “eis então os movimentos e as novas comunidades eclesiais: eles são a resposta suscitada pelo Espírito Santo a esse dramático desafio no final do milênio”.
Reinaldo ainda apontou que, entre os frutos da RCC, está a disseminação da leitura da Bíblia e da devoção à Virgem Maria e à Eucaristia. Da mesma forma, citou as vocações que foram suscitadas e o louvor, tão presente nos grupos de oração e necessário na vida da Igreja.
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